Há uma nova perspective no tratamento de cânceres que, na minha opinião, é promissor. O primeiro passo consiste em injetar nano partículas de ouro nos pacientes. Essas nano partículas são preparadas de maneira a procurar as células cancerosas e grudar nelas. A partir daí há diferentes caminhos para atacar o câncer. Uma consiste em derramar seu conteúdo dentro das células cancerosas. Esse conteúdo usualmente é tóxico e mata as células. O outro está sendo testado na Washington University em St. Louis. Essa universidade é especialmente querida por mim porque foi lá onde me doutorei. Esse caminho também congrega as nano partículas ao redor das células cancerosas, se possível "grudando-as" nelas, usando depois uma terapia fotodinâmica. Um laser é dirigido para essas partículas, iniciando uma terapia fototérmica. O laser esquenta o ouro e esse aumento na temperatura é o suficiente para matar as células cancerosas. Um dos pesquisadores se chama Michael J. Welch.
Mas há problemas. O principal deles talvez seja o fato de que nosso sistema imune percebe as nano partículas como invasoras e as ataca. Os pesquisadores banharam as partículas numa substância chamada PEG que não é toxica. A PEG "engana" o sistema imune por um tempo, o suficiente para as nano partículas identificarem as células cancerosas e furarem em suas paredes, alojando-se parcialmente no seu interior. Posteriormente, o laser as aquece e a elevação da temperatura mata as células cancerosas.
Essa promissora terapia continua a ser desenvolvida, tendo recebido uma dotação de pouco mais de dois milhões de dólares do National Cancer Institute. Reiterando informação que veiculei anteriormente, essa dotação equivale a 0,004% do custo de construção do porta aviões Ronald Reagan. Para ser equânime, o Aerolula, que é o avião presidencial de luxo comprado em 2005 pelo governo Lula custou US$ 56,7 milhões, custou o equivalente a 26,6 pesquisas desse tipo.