Pelo fim do engessamento emocional e mental - Pelo fim dos diagnósticos apressados
Saúde

Pelo fim do engessamento emocional e mental - Pelo fim dos diagnósticos apressados


OK, não se está discutindo gosto nem estilo. O que se questiona é: por que não aceitar todos os estilos? A alardeada convivência com a diversidade ainda está longe de acontecer!



Pelo fim do engessamento emocional e mental - Pelo fim dos diagnósticos apressados

Por Marise Jalowitzki
28.junho.2014
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2014/06/pelo-fim-do-engessamento-emocional-e.html

É que, no caso das vestimentas, para conseguir ser aceita pelas pessoas, aquele traje ou modo de vestir precisa estar vinculado a um time, a um grupo, a uma religião, a uma casta ou nação. Por que? O modo de vestir de um líder religioso, em seus diferentes cargos, das diferentes religiões, pode, simplesmente, ser considerado bizarro se ele passar por um cidadão comum. Por que os trajes tem de seguir um padrão, até de cores combinadas, em todas as ocasiões, até no simples ir-e-vir de cada dia? Você já pensou em trocar o "por que" por um "por que não"? Por que não pode ser de outra maneira?

Um dos argumentos mais usados para fazer com que os adultos se convençam de que há algo de errado com eles ou com os seus filhos é apontar a "desatenção", incluindo o trocar de calçados, usando um de cada cor. Sim, pode ser simplesmente desatenção, mas, qual o problema com usar cores diferentes?

Já tive oportunidade de comentar de um gerente que tive que, seguidamente, vinha ao trabalho com sapatos de modelos e até de cores diferentes, só se dando conta disso quando já estava no meio do expediente. O que ele, bem humorado, comentava:
- É que agora é que eu realmente tô acordando!
Sorridente, se divertia consigo mesmo, todos os demais acabavam considerando a ocorrência de pouca importância.
E tudo seguia normalmente, PORQUE ELE NÃO CONSIDERAVA AQUILO UM "HORROR"! Gestor competente, formado em universidade de renome, continuou escalando altos postos na empresa, apesar de seu "diagnóstico de desatenção". Desatenção para com AQUELE fator específico (vestimenta) assim como o é para outros, mais jovenzinhos, serem bem felizes e atenciosos em casa e não fazer o tema "na hora certa e do jeito certo" na escola!! Gente, quanto sofrimento inútil! Quanto desconforto espalhado por excesso de exigências!

Muito usei os "terninhos de executiva" em minha vida profissional. SEMPRE me senti desconfortável, embora recebesse elogios pela "elegância". Sempre que possível, escapava daquela fôrma e trajava roupas mais leves e confortáveis.

Por que não usar sapatos de duas cores!! A-D-O-R-E-I ver os goleiros de algumas seleções com as chuteiras de cores diametralmente diferentes!!

Aí comecei a pensar: COMO, ONDE E POR QUEM COMEÇOU ISSO DE QUE o pé esquerdo tem de aparecer igual ao direito, a mão direita precisa ter a luva no inverno da mesma cor e modelo?
Onde começou todo esse engessamento visual que acabou engessando também nossa mente e coração??? Hemisfério esquerdo, racionalidade (ciências exatas, ações planejadas); hemisfério direito, emoção e sentimentos. Sim, pois sabemos que o cérebro tem dois lobos e cada um armazena um tipo de informação! Então, como assim, tudo "igual"? Tudo "certinho"? Quem disse que o "certo" é desse jeito?

Hemisférios Cerebrais
                                Direito                                          Esquerdo
Cada hemisfério cerebral responde por um grupo de sentimentos, sensações, armazenamento de informações, reações (Roger Sperry - pág 217 Livro TDAH Crianças que Desafiam)


E se somos assim críticos com as roupas e estilos individuais, pior ainda com o modo de pensar e agir! Esta é a ressalva que sempre faço às terapias cognitivo-comportamentais. Que as queridas e necessárias psicólogas mostrem, sim, aos pequenos que são enviados pelos pais para "aprender-o-jeito-de-ser-socialmente-aceito", o quanto é importante saber de alguns comportamentos para sofrer menos, E NÂO PORQUE AQUILO É O CERTO! É o convencionalmente instituído, não necessariamente o melhor!
Padrões, padrões, padrões!!
O que não se "encaixa" nos padrões, simplesmente não é considerado, não entra nas estatísticas, "não existe"!!

Comentei sobre isso durante um e outro jogo de futebol.

Agora, encontrando o texto da Sandra Falcão Souza, resolvi escrever sobre. Diz a amiga:
"Que coisa boba, chata e sem sentido, essa mania feia de alguns seres humanos, de acharem que todos precisam ser iguais, pensar, crer, vestir, agir de forma igual. Não somos produzidos em forma, em fábrica, pra sermos padrão.
Ao contrário, somos todos ÚNICOS, cada um em sua essência, capacidades, tempo, gênero, jeito...
Então, por favor, RESPEITO!
Respeito as diferenças!"

E esse julgamento e crítica social podemos levar a todos os setores da vida, pois estão lá!! Felizmente este "time" começa a diminuir!!



"As tendências sociais, baseadas em pressa e descaso, consumo excessivo, aquisição exagerada, desperdício, descarte irrefletido, competição e ganância contribuíram e continuam contribuindo para taxas mais elevadas de diagnósticos em TDAH. Poderíamos aqui discutir os interesses da indústria farmacêutica e sua ética baseada em sempre crescentes lucros. Poderíamos, igualmente, discutir a integridade de certos pesquisadores e cientistas, acusados no mundo todo pelas suas parcerias com grandes grupos farmacêuticos (incluindo, além dos patrocínios necessários para novas pesquisas, outras regalias) com a consequente explosão de sempre novas doenças (que seriam encomendadas). Poderíamos, também, acirrar as críticas aos profissionais da área médica, nem sempre devidamente conhecedores do transtorno, que não hesitam, já em primeiro contato, em inadvertidamente prescrever medicamentos pesados para pequenos cidadãos. Esses queridos pequenos, entrantes no mundo, ainda não tem nenhuma capacidade para conduzir-se e, portanto, decidir se querem ou não ser medicados com esse ou aquele remédio. E mesmo a maioria dos jovens adolescentes que vão acompanhados geralmente pela mãe ao consultório, guardando sua raiva internamente por saberem-se recebedores de rótulos. Rótulos que podem nascer em casa ou na escola, entre os colegas ou até na turma de amigos.

A proposta, porém, é trabalhar com a ponta do iceberg, que somos nós: pais, cuidadores, educadores, psicólogos, orientadores educacionais, supervisores pedagógicos, responsáveis pelas instituições de ensino." (págs.183-184 - Cap 14- A Melhor Escola para Seu Filho - Livro TDAH Crianças que Desafiam)


Vivre la différence! Vive a diferença! Seja a diferença!!
Abraços



Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente

Escritora, Educadora, Blogueira e Colunista
Idealizadora e Coordenadora do Curso Formação para Coordenadores em Jogos e Vivências para Dinâmica de Grupos,
Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela FGV,
Facilitadora de Grupos em Desenvolvimento Humano,
Ambientalista de coração, Vegana.
Certificada como International Speaker pelo IFTDO-VA-USA
[email protected] 
[email protected] 



Livro: TDAH Crianças que desafiam 
Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família
Contra o uso indiscriminado de metilfenidato - Ritalina, Ritalina LA, Concerta

Para conhecer mais e adquirir, acesse: 
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/
TDAH Crianças que Desafiam - Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família





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