Você foi operado. O PSA voltou ou nunca desapareceu. O que fazer em seguida? Dr. Bruce Trock e sua equipe compararam três grupos: os dois fizeram prostatectomia radical e o PSA "voltou", mas um fez logo a chamada
salvage radiotherapy (XRT), radioterapia depois da recorrência bioquímica (volta do PSA), outro fez radioterapia
mais terapia hormonal e o terceiro esperou. Chegaram a conclusão de que fazer a radioterapia reduz a taxa de morte devida ao câncer de próstata.
Como foi a pesquisa?
Entre 1982 e 2004, 926 homens viram o câncer reaparecer depois de terem feito a prostatectomia, que incluiu a extração de nódulos linfáticos, no
Johns Hopkins
Hospital. Os três grupos foram chamados de "observação" (OB arm), só radioterapia (sXRT
arm) ou radioterapia e terapia hormonal (
androgen deprivation) (sXRT+ADT arm). Os pacientes foram acompanhados até dezembro de 2007. 635 pacientes foram acompanhados. A "volta do PSA" 0.2ng/ml ou mais. Havia 397 pacientes no grupo "observação", 160 no radiação e 78 no sXRT+ADT - radiação mais terapia hormonal. A mediana do acompanhamento foi de 9 anos a partir da prostatectomia (ou seja= metade acompanhados por menos de nove anos e metade por mais). Desses,116 morreram de câncer de próstata e 49 de outras causas. Trinta por cento dos homens que não fizeram qualquer tipo de radiação tinham algum nódulo afetado, em comparação com 3% dos que fizeram. Os que fizeram as duas terapias complementares (sXRT+ADT) tinham cânceres mais avançados (razão pela qual os médicos partiram com tudo contra o câncer). Aos 5 e aos 10 anos as curvas de Kaplan-Meier mostraram diferenças importantes na sobrevivência
por câncer de próstata. No grupo "obervação", 88% e 62%; no grupo radiação, 96% e 86%; no grupo com as duas terapias complementares (sXRT+ADT), 96% e 82%.
Porem, essa é uma estimativa inexata porque os grupos não eram iguais. Em análises multivariatas que incluíam os demais fatores, o logaritimo do PSADT, o ano da cirurgia, o tempo que levou da cirurgia até a volta do PSA, e o escore Gleason,
a radioterapia provocou uma redução estatisticamente significativa na mortalidade específica por câncer da próstata de mais de 65%. A terapia hormonal não fez diferença além da radiação.
Mas a resposta não foi igual para todos os pacientes: o PSADT dividido em mais de seis meses ou menos de seis meses separa bem os que se beneficiam mais dos que se beneficiam menos: para os casos mais graves, com um PSADT mais rápido (menos de seis emses) o efeito foi maior e os que fizeram XRT ou sXRT+ADT tiveram uma redução no risco de 75% em relação ao grupo que não fez tratamento adicional. Porém, no grupo de homens cujo PSA nunca ficou indetectável a associação entre radiação e sobrevivência específica do CAP não foi estatísticamente significativa.
O grupo que mais se beneficiou foi aquele no qual o PSA ficou não detectável, mas cresceu rapidamente depois. Lembro que esses dados se referem a mortes por câncer de próstata e não a mortes por outras causas;
Fonte: JAMA. 2008 Jun 18;299(23):2760-9
PubMed Abstract
PMID: 18560003
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