Se a alimentação vegetariana é saudável e natural, qual a necessidade de suplementar com vitamina B12? A linha de produtos SupraSoy® é formada por alimentos em pó à base de proteína isolada de soja enriquecidos com vitaminas e minerais essenciais para a saúde, que podem complementar a dieta vegetariana. Mas será que esses produtos são eficazes nessa suplementação?
O tipo original sem lactose apresenta em sua composição: carboidratos (amido, sacarose e lactose), proteínas da soja, gorduras saturadas, sódio, cálcio, ferro, fósforo, iodo, magnésio, potássio, zinco, vitaminas (A, B1, B2, B5, B6, B9, B12, C, D) e isoflavonas (teor mínimo); apresentando a maior quantidade de vitamina B12 por porção, comparado aos demais produtos da linha (integral com lactose e proteínas do leite, light com lactose e proteínas do leite, original light sem lactose, sem lactose com fibras, sem lactose com fibras light, sem lactose sabor banana, sem lactose sabor chocolate e sem lactose iogurte). O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficácia do produto tipo original sem lactose da linha de alimentos de soja SupraSoy quanto a suplementação de vitamina B12 em dietas vegetarianas.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E FUNDAMENTOS BROMATOLÓGICOS E/OU TOXICOLÓGICOSA vitamina B12 refere-se a um grupo de corrinóides que contêm cobalto, conhecidos como cobalamina. É também chamada fator anti anemia perniciosa, fator extrínseco de Castle e fator de proteína animal. As principais nos seres humanos e animais são as hidroxocobalaminas, adenosilcobalaminas e metilcobalaminas, sendo as duas últimas as formas coenzimáticas ativas. A cianocobalamina, uma forma sintética de vitamina B12 e que é largamente usada clinicamente devido à sua disponibilidade e estabilidade, é transformada nos fatores ativos no corpo. É fornecida principalmente por produtos animais, em particular a carne de órgãos (fígado, rins, coração, cérebro). Outras boas fontes são o peixe, os ovos e os laticínios. Os alimentos de origem vegetal são essencialmente desprovidos de vitamina B12. As bactérias nos intestinos sintetizam a vitamina B12, mas em condições normais, não em zonas onde ocorre a absorção. Sua absorção é necessária para a formação dos corpúsculos do sangue, do revestimento dos nervos e de várias proteínas. Também está envolvida no metabolismo dos hidratos de carbono e da gordura, sendo essencial para o crescimento.
Tabela 1: Ingestão Diária Recomenda de Vitamina B12, segundo o Comitê de Alimentação e Nutrição da Academia Nacional das Ciências e o Comitê para Nutrição da Academia Americana de Pediatria.
Legenda: ¹Academia Nacional das Ciências; ²Academia Americana de Pediatria.
A vitamina B12 não apresenta toxicidade nos animais em níveis superiores às suas necessidades nutricionais, onde não foram relatados efeitos adversos a partir de doses orais únicas elevadas como 100 mg nem da administração crônica de 1 mg (500 vezes a DDR) semanalmente durante 5 anos. Não existem relatos de carcinogenicidade, mutagenicidade e teratogenicidade. A deficiência, semelhante a do ácido fólico, é causada, principalmente, pela falta de secreção do fator intrínseco em pacientes que apresentam anemia perniciosa, lesões no intestino grosso, síndrome de Zollinger-Ellison ou que tenha sofrido gastrectomia e após ingestão de agentes corrosivos. O risco de deficiência nutricional é aumentado em pessoas que adotaram uma dieta exclusivamente vegetariana (elevada ingestão de fibras como agravante). Vegetarianismo é um tipo de dieta que consiste na alimentação exclusivamente vegetal, com absteção de todos os ingredientes de origem animal, mesmo os seus derivados, como os ovos, leite, mel, dentre outros. Diversos estudos demonstraram que a prevalência de doenças crônicas é menor em vegetarianos, enquanto outros defendem os aspectos negativos, indicando que as dietas vegetarianas mal planejadas podem gerar uma série de deficiências nutricionais, principalmente em indivíduos em fase de rápido crescimento. A Tabela 2 ilustra alimentos de origem animal ricos em vitamina B12.
Tabela 2: Conteúdo de vitamina B12 nos alimentos - por porção padrão de alimento. Adaptado de Mafra e Cozzolino (p. 403, 2007).
3. LEGISLAÇÃO
De acordo com a RDC Nº 91/2000 da ANVISA o alimento com Soja é o produto cuja principal fonte de proteínas é proveniente da soja. Este produto é designado de Alimento com Soja e ou pela(s) designações consagradas pelo uso, podendo ser seguido da sua classificação e ou ingrediente(s) que confere(m) característica(s) definida(s). Opcionalmente, a designação "Alimento com soja" pode ser substituída pela expressão "Alimento com" seguida da designação do principal ingrediente de soja utilizado. Além disso, é vedada a utilização da expressão "leite de soja". Devem ter em sua composição ingredientes obrigatórios como extrato de soja (integral e ou desengordurado) e ou proteína concentrada de soja e ou proteína isolada de soja e ou proteína texturizada de soja e ou outras fontes protéicas de soja, excluindo o farelo tostado de soja. Farinhas de soja e grãos de soja "in natura" somente podem ser utilizados quando inativados ou quando o processo tecnológico de fabricação do produto garantir a inativação das enzimas. A qualidade da proteína de soja presente no produto, não deve ser inferior a 70% da qualidade da caseína.
Como ingredientes opcionais podem ser usados açúcares, mel, sal (cloreto de sódio), água, leite e derivados, ovos,carnes e derivados, amidos e derivados, cereais e derivados, cacau e derivados, café, gorduras e óleos, coco e derivados, extrato de malte, polpas, sucos e concentrados de frutas, microorganismos para fins específicos e outros ingredientes isolados ou em combinação, que não descaracterizem o produto. O produto também deve atender ao Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados, apresentando, obrigatoriamente, a declaração de nutrientes de acordo com o Regulamento.
Quando qualquer Informação Nutricional Complementar for utilizada, também se deve atender ao Regulamento Técnico específico. Quando o produto contiver leite e ou derivados de leite que contenham lactose e ou proteínas lácteas em sua composição, deve constar na rotulagem, obrigatoriamente, as expressões "Contém lactose", "Contém proteínas do leite" ou "Contém lactose e proteínas do leite”.
De acordo com a Resolução - CNNPA nº 12, de 19781: Considera-se alimento enriquecido, todo alimento ao qual for adicionada substância nutriente, com o objetivo de reforçar o seu valor nutritivo, seja repondo quantitativamente os nutrientes destruídos durante o processamento do alimento, seja suplementando-os com nutrientes em nível superior ao seu conteúdo normal. Poranto, o SupraSoy tipo original sem lactose é considerado um alimento enriquecido, visto que tem adição de vitamina B12.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo a Tabela 3, é possível comparar a variedade de produtos da linha SupraSoy® e observar que o tipo original sem lactose apresenta a maior quantidade de vitamina B12 por porção (0,95 µg a cada 27 gramas de pó).
A partir dessa concentração e baseando-se na ingestão diária recomendada, foi possível calcular a quantidade de potes de leite SupraSoy® necessária para suprir a deficiência em vegetarianos, visto que os mesmos não ingerem produtos animais que são as maiores fontes de vitamina B12, conforme visto na Tabela 2.
0,95 µg corresponde a 0,00095 mg em 27g de pó
Sendo assim, 2,0 mg (IDR) corresponde a, aproximadamente, 569842,10 gramas.
Considerando que cada pote contém 350 gramas, são necessários, aproximadamente, 163 potes.
5. CONCLUSÃOA utilização isolada dos produtos da linha SupraSoy, inclusive o tipo original sem lactose, não é capaz de suprir a deficiência e, assim, substituir a suplementação medicamentosa que pode ser através de injeção, comprimidos, líquidos, suspensões orais de vitamina B12 ou incluída em complexos multivitamínicos. Sendo assim, deve-se enfatizar que um regime alimentar dito ideal é aquele onde se associa alimentos consumidos na dieta normal e na dieta vegetariana. Por fim, a disseminação de formas que otimizam o consumo e a biodisponibilidade de nutrientes deve ser priorizada com o intuito de prevenir o aparecimento e/ou agravamento de problemas nutricionais e, assim, permitir uma melhor qualidade de vida.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Roche, Global Web Site. Disponível em: http://corporate.roche.pt/ Acesso em 28/04/2014.
GOULARTE, Fabiana H. et al. Deficiência de ácido fólico e vitamina B12 em idosos: uma revisão. Revista Amazonense de Geriatria e Gerontologia 01 (2013) 53-62.
MEIRELLES, C.M.; VEIGA, G.V.; SOARES, E.A. Vegetarian diets: characterization, nutritional implications and contr oversies. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.=J. Brazilian Soc. Food Nutr ., São Paulo, SP. v. 21, p. 57-72, jun., 2001.
Trabalho realizado por: Ana Caroline Rios de Castro e Mariana Pedrollo Dantas
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