Saúde
Alergia ou Intolerância ao leite
Alergia e intolerância são representadas por reações adversas à ingestão de qualquer alimento ou aditivo alimentar. Estas reações adversas podem ser classificadas em tóxicas e não tóxicas.
As reações tóxicas são aquelas que independem da sensibilidade individual e ocorrem a partir da ingestão de determinadas substâncias, como:
- toxina bacteriana (proveniente de alimento contaminado), alimentos com propriedades farmacológicas (como a cafeína do café e tiramina dos queijos maturados), e por fim doenças metabólicas
As reações não tóxicas são aquelas que dependem de uma susceptibilidade individual e podem ser classificadas em:
- imunomediadas (alergia alimentar) e não imunomediadas (intolerância alimentar)
Dentre as alergias, oito alimentos são responsáveis por 90% das reações alérgicas alimentares:
- leite, ovo, amendoim, frutos do mar, peixe, castanhas, soja e trigo.
Dos quais, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é a mais frequente
Por vezes, há confusão entre intolerância à lactose e alergia ao leite de vaca. Intolerância à lactose A intolerância à lactose exibe sintomas tipicamente abdominais como:
- flatulência, desconforto abdominal, diarreia, náusea, borborigmo, vômito e constipação.
- Os sintomas da intolerância se manifestam de 30 minutos a 2 horas após o consumo, e normalmente é necessário a ingestão de 12g de lactose (240ml de leite) por vez, para iniciar o desconforto dos sintomas na maioria dos pacientes com intolerância.
Para o tratamento da intolerância à lactose não é necessário retirar completamente o leite e derivados da alimentação da criança. A família, sob a orientação de um profissional de saúde, pode permitir que a criança receba leite (em quantidades que possa tolerar sem sintomas), preparações com leite de vaca e principalmente derivados com menor quantidade de lactose ou com facilitadores da digestão e absorção como as enzimas vendidas em casas de produtos naturais (iogurtes com probióticos, queijos e manteiga).
Há também no mercado fórmulas infantis e leites com baixo conteúdo de lactose que podem ser oferecidos à maioria das crianças com intolerância à lactose.
Alergia ao leiteA alergia à proteína do leite de vaca ocorre quase sempre em crianças geneticamente predispostas, afetando de forma significativa o bem estar da criança e da família. Sua gênese está associada à introdução precoce do leite de vaca na alimentação de lactentes e desmame do leite materno também precoce Na alergia ao leite de vaca a reação, com a participação do sistema imunológico, é dirigida contra as proteínas do leite. Há várias manifestações clínicas que podem estar associadas à alergia ao leite de vaca e, sendo assim, é fundamental que o diagnóstico seja realizado por um profissional de saúde.
Entre os sintomas e sinais relacionados podemos citar:
- manifestações de pele (placas vermelhas elevadas (urticária), vermelhidão na pele com prurido, chiado no peito, coceira no nariz, fezes com sangue, diarreia, até manifestações muito graves como as reações anafiláticas (inchaço na garganta e falta de ar com necessidade de atendimento imediato em serviço de emergência).
O tratamento na alergia ao leite de vaca consiste na retirada total do leite de vaca da dieta da criança, de seus derivados e preparações. Especialmente na criança abaixo de dois anos há necessidade após a confirmação do diagnóstico do uso de fórmulas infantis apropriadas (fórmulas de proteína isolada de soja, extensamente hidrolisadas ou de aminoácidos).
A decisão de qual fórmula utilizar deve ser sempre feita por profissional de saúde habilitado. O uso de substitutos não apropriados pode levar a criança com alergia ao leite de vaca ao risco de desnutrição, comprometimento do crescimento estatural, anemia, deficiência de cálcio, entre outras complicações.
Há no Estado de São Paulo um programa de fornecimento gratuito, mediante o diagnóstico, de fórmulas infantis especiais para crianças com alergia ao leite de vaca.
Em relação à prevenção da alergia ao leite de vaca, cabe salientar a importância da promoção do aleitamento materno que deve ser praticado de forma exclusiva até o sexto mês e mantido até dois anos ou mais, com a introdução de alimentação complementar balanceada, variada e equilibrada, sob orientação do pediatra.
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo
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