Saúde
Alimentação e câncer
Ninguém mais duvida que levar uma vida saudável ajuda a prevenir o câncer. E especialistas não se cansam de repetir isso porque muita gente continua a manter hábitos nocivos.
Hoje se sabe que cerca de dois terços dos casos poderiam ser evitados por hábitos corretos, como não fumar. Porém, ter uma alimentação saudável é um dos fatores mais importantes. E isso, embora pareça evidente, não é encarado com a devida seriedade.
De acordo com o novo relatório do Fundo Mundial para a Pesquisa do Câncer e do Instituto Americano para a Pesquisa do Câncer, 30% dos principais tipos de cânceres poderiam ser prevenidos com dieta adequada e atividade física.
Entre as principais recomendações do último consenso, que envolveu especialistas de todo o mundo, estão:
1) aumentar a ingestão de frutas, verduras e legumes,
2) reduzir o consumo de carne vermelha, embutidos e produtos industrializados.
"- Quem quer prevenir o câncer deve mudar a alimentação. Muito do que comemos no dia-a-dia contribui para o aparecimento de tumores" - explica o nutricionista Fábio Gomes, analista sênior de Programas Nacionais para Controle do Câncer do Instituto Nacional do Câncer, que apresentou dados do painel num simpósio da Sociedade Americana do Câncer, em São Paulo.
A nova recomendação é que a ingestão de carne vermelha seja reduzida para 500 gramas por semana, cerca de três bifes pequenos, e que os embutidos sejam, se possível, riscados do cardápio:
- Embutidos como presunto, salame e salsicha contêm nitratos e nitritos, conservantes que estimulam lesões nas células, que ficam mais suscetíveis a mutações que geram tumores. Além disso são ricos em sal, que agride o aparelho digestivo. Nem mesmo a linha light escapa, já que mesmo embutidos pobres em gordura têm muito conservantes e sal.
Já as outras carnes, como a carne vermelha magra, o frango e o peixe, devem ser cozidas ou preparadas no forno. Desta forma, evita-se que as altas temperaturas da fritura ou da grelha formem compostos cancerígenos conhecidos como aminas heterocíclicas (AHCs). Estas agridem a mucosa digestiva e deixam as células mais suscetíveis a mutações. Os nutricionistas recomendam ainda apenas as carnes preparadas no forno, que têm um nível bem baixo de AHCs.
No relatório, médicos e nutricionistas recomendam aumentar a ingestão de frutas e verduras. No Brasil, menos de um terço da população come estes alimentos diariamente. No Rio de Janeiro, apenas 7% da população consome com regularidade cinco porções de frutas e legumes, a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É importante comer, no mínimo, 400 gramas destes alimentos por dia, e aos poucos chegar a 600 gramas. Parece muito, mas é o equivalente a um copo de salada de frutas, uma maçã, uma banana e meio prato grande de salada por dia.
Açúcar e adoçantes entre os vilõesA alimentação não anula efeitos de hábitos ruins, como sedentarismo, fumo ou excesso de bebida. Mas ajuda a proteger o sistema imunológico, regular o metabolismo e garantir a cota diária de nutrientes e minerais. E a escolha certa do cardápio evita o ganho de peso. Nos adultos, os quilos a mais dobram o risco de todos os cânceres. Por exemplo, crianças e adolescentes obesos têm mais chance de desenvolver tumores porque suas células ficam mais sujeitas a lesões.
As células de gordura param de se multiplicar na adolescência e, a partir daí, elas incham e desincham de acordo com o quanto a pessoa engorda ou emagrece. A gordura em excesso estimula o desequilíbrio na produção de hormônios, como insulina e leptina.
A gordura também deixa o corpo num estado de inflamação crônica, o que agride as células. O ideal, médicos lembram, é ter índice de massa corporal (IMC) entre 20 e 24,9. E quem precisa emagrecer deve começar devagar, já que o corpo percebe o corte drástico de calorias como alerta, e a privação estimula o efeito sanfona. Estatísticas mostram que o excesso de peso e o sedentarismo são responsáveis por até 33% dos casos de câncer de mama e esôfago:
- Quanto mais tempo acima do peso, mais difícil emagrecer. Uma criança de 3 anos obesa tem chance de 20% de se tornar um adulto obeso. Um obeso de 18 anos tem 80% de chance de continuar assim.
Quando ao álcool, o Inca segue a recomendação internacional, que é a de no máximo um drinque (uma lata de cerveja ou uma taça pequena de vinho) por dia para mulheres e dois drinques para homens.
O álcool irrita e agride as mucosas e aumenta a chance de câncer de boca, faringe, esôfago e estômago. A bebida também deixa a barreira celular mais permeável, o que facilita a entrada de substâncias cancerígenas. Por exemplo, quem está bebendo com fumantes receberá quantidade maior de cancerígenos do que se não estivesse bebendo.
Beber e comer um churrasco também é pior do que só fazer um ou outro, pois o álcool amplia os malefícios da carne. E a ideia de economizar a cota de drinques da semana para consumi-la num dia de festa é perigosa. Isso só piora a agressão.
Os especialistas incentivam a redução do consumo de produtos açucarados. São poucos os estudos que ligam diretamente o açúcar ao câncer, porém ele favorece à obesidade. Adoçantes não são boas opções. Estudos associam o excesso desse produto ao mal de Alzheimer. É melhor treinar o paladar para sentir o gosto natural dos alimentos.
FONTE: http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2009/05/17/novo-estudo-revela-lista-dos-alimentos-que-ajudam-evitar-cancer-755901490.asp
Dicas do Dr. Fredi Lobo# Dentre os outros principais alimentos que mostram atividade anticancerígena documentada pela presença de certos fitoquímicos temos:
1) Crucíferas por serem ricas em Sulforafanos, Glocosinolatos e Indol-3-carbinol (Fontes: brócolis, couve, couve-flor, couve-de-bruxelas, repolho);
2) Alimentos ricos em ácido fólico (Fontes: folhosos verde-escuro),
3) Alimentos ricos em selênio (Fontes: Castanha-do-pará é a melhor fonte, 2 castanhas por dia é o suficiente),
4) Alimentos ricos em Licopeno (Fontes: extrato de tomate, molho de tomate, tomate, melancia, goiaba. O licopeno está presente em maior quantidade quando o tomate é cozido),
5) Isoflavona (Fontes: derivados da soja: tofu, missô e tempeh),
6) Alimentos ricos em lactobacilos (Fontes: Keffir de água, keffir de leite, coalhada, iogurte ou manipulados),
7) Alimentos ricos em betacaroteno (Fontes: cenoura, tomate, caqui, manga, abóbora, couve, espinafre, brocólis),
8) Alimentos ricos em Vitamina C (Fontes: acerola, kiwi, laranja, limão, abacaxi, morango, frutas cítricas no geral),
9) Alimentos ricos em Vitamina E (Fontes: óleo de gérmen de trigo, semente de girassol, avelã, amendoim, óleo de amêndoa, castanha-do-pará, pistache, óleo de fígado de bacalhau, manga, abacate, nozes, óleo de salmão, óleo de linhaça, óleo de gergelim),
10) Alimentos ricos em Vitamina D (Fontes: óleo de fígado de bacalhau, óleo de salmão, ostras cruas, peixes, leite fortificado, ovo cozido, carnes),
11 - Melhor fonte de Epigalocatequina-3-galato (Fontes: Chá-verde. Mecanismo de ação provável: age como antioxidante e auxilia no bloquieo de receptores que desencadeiam angiogênese (formação de novos vasos e que favorecem o crescimento dos tumores),
12 - Alimento rico em Curcumina (Fontes: Açafrão. Mecanismo de ação provável: estudos mostram que pode ter uma atividade no desencadeamento da apoptose (suicídio celular) de células cancerígenas. Auxilia no bloquieo de receptores que desencadeiam angiogênese. Interfere (inibindo) no NF-Kappa B (mediador inflamatório que tem efeito protetor das células cancerígenas),
13 - Lentinan e outros polissacarídeos (Fontes: Cogumelos. Mecanismo de ação provável: imunoestimulante),
14 - Ácido elágico e outros componentes (Fontes: Frutas vermelhas: Amora, framboesa, morango, mirtilo e também nozes e avelã. Mecanismo de ação provável: também auxilia no bloquieo de receptores que desencadeiam angiogênese).
15 - Terpenos (Fontes: Temperos - Hortelã, tomilho, manjerona, orégano, mangericão e alecrim. Mecanismo de ação provável: agem induzindo a apoptose de células cancerígenas),
16 - Aliáceos (Fontes: Alho, cebola, alho-poró e cebolinha. Mecanismo de ação provável: também auxilia no bloquieo de receptores que desencadeiam angiogênese).
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