O efeito do tratamento feito com pequenas doses diárias ou quase diárias de aspirina sobre o câncer da próstata era uma das esperanças na luta contra esse câncer. Mas os dados eram contraditórios: esse medicamento reduzia o risco de ter o câncer, mas não havia consenso sobre se começar a tomar a aspirina depois do diagnóstico, para retardar o câncer, funcionava ou não.
· Qual o efeito da aspirina e outros medicamentos anti-inflamatórios sobre o avanço do câncer da próstata?
· Se esses medicamentos retardam o avanço, como o fazem?
Nos 18 anos de acompanhamento, 265 homens desenvolveram metástases em órgãos ou morreram do câncer.
Há dados epidemiológicos que confirmam: o risco de desenvolver o câncer da próstata se reduz com o uso sistemático e em pequenas doses de aspirina, mas faltam dados sistemáticos que demonstrem – ou não – que o uso da aspirina após o diagnóstico influencia o avanço do câncer ou a sobrevivência do paciente.Por isso, Dhillon, Kenfield, Stampfer, Giovannucci e Chan estudaram quase quatro mil pacientes de um estudo chamado de Health Professionals Follow-up Study, que foram diagnosticados entre 1/1/1990 e 31/12/2005. Claro que há muitos controles, para não atribuir a um fator o que é melhor explicado por outro. Incluíram o uso de aspirina antes do diagnóstico, o escore Gleason, o estágio que define a gravidade a partir do Tumor, Nódulos Afetados e Metástase (TNM) e o tipo de tratamento primário (radiação ou etc etc)Analisaram, para contrastar, os casos de metástase ou morte causada pelo câncer até 31/1/2008.
Os autores, para nossa tristeza, não encontraram associação entre o uso de aspirina depois do diagnóstico e o risco de morte ou de metástase.
A conclusão, chata (porque retira uma das armas contra o câncer) de que iniciar a aspirina depois do diagnóstico não altera o resultado. Claro – há vários benefícios já demonstrados em tomar doses pequenas de aspirina, controladas por um médico competente, sobre o risco de AVCs e muitos problemas cardiovasculares.
efeito do tratamento feito com pequenas doses diárias ou quase diárias de aspirina sobre o câncer da próstata era uma das esperanças na luta contra esse câncer. Mas os dados eram contraditórios: esse medicamento reduzia o risco de ter o câncer, mas não havia consenso sobre se começar a tomar a aspirina depois do diagnóstico, para retardar o câncer, funcionava ou não.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ