Uma pesquisa limitada reitera os benefícios do chá verde e seus subprodutos, inclusive na prevenção do câncer. Várias pesquisas sugerem essa relação. Agora, a pergunta é outra: se o paciente já tem um câncer da próstata ou da mama, o chá verde ajuda? Reduz a velocidade do avanço do câncer?
Como foi feita essa pequena pesquisa?
Susanne M. Henning separou 79 homens que fariam a cirurgia da próstata, e os dividiu em dois grupos: um tomava seis copos de chá verde diariamente e outro a mesma quantidade, mas de água. A duração do experimento se ajustou às datas da operação. Uns beberam chá ou água durante três semanas e outros durante oito. Dos 79, 67 foram até o fim. Evidentemente, se trata de uma pesquisa pequena, cujas conclusões são muito limitadas.
Antes do experimento, os pacientes de Henning fizeram exames de sangue e de urina; depois da cirurgia, também examinou o tecido da próstata.
E os resultados?
Houve claras diferenças: os que tomaram chá verde tinham menos inflamação no tecido prostático. O que demonstra que os polifenois reduzem o risco de dano às células. Um indicador de inflamação comumente usado é chamado de nuclear factor-kappaB – mais baixo entre os que beberam chá verde.
Mas há outros benefícios: os níveis de PSA eram mais baixos entre os que tomaram chá verde. O PSA é um indicador do câncer da próstata.
Os pesquisadores notam não há indicações de que tenham reduzido o crescimento dos tumores, mas aduzem que foi um estudo de duração muito curta e que os resultados a longo prazo são desconhecidos.
Henning começou nova pesquisa perguntando se adicionar quercetina, outro antioxidante que é muito presente nas maçãs e nos alhos, ao chá verde melhora os resultados tanto preventivos quanto curativos.
As pesquisas sobre o chá verde não param aí. Outros avaliam o efeito de um extrato, chamado Polifenon E, na luta contra o câncer da mama. Querem saber como o Polifenon E atua contra os fatores do crescimento que estimulam o câncer a crescer. Os resultados, com um número reduzidíssimo de mulheres (40), mostrou um efeito em relação ao grupo controle, mas não aos quatro meses. Obviamente, necessitam de mais pacientes e mais tempo.
Há dois problemas adicionais que alguns leitores poderiam ajudar a solucionar. Há vários tipos de chá verde. Encontrei uma listagem incompleta de nove tipos cultivados na China e sete no Japão.
(podem ser vistos em http://www.teadiscussion.com/types/green-tea-types.php)
É necessária uma pesquisa para conhecer os tipos e a quantidade de polifenois presentes nos mais comuns, assim como nos chás comerciais disponíveis no Brasil, em Portugal e onde houver massa suficiente de interessados.
Eu gostaria de um voluntário qualificado para aliviar o número de tarefas que tenho, pesquisando, produzindo os resultados e, se possível, escrevê-los de maneira simples.
Uma pesquisa feita no Iran por Hajimahmoodi, Hanifeh, Oveisi, Sadeghi e Jannat demonstra grande variância entre os tipos de chá verde disponíveis naquele país: comparando cinco marcas de chá verde, a atividade oxidante, medida em três dimensões, encontraram uma diferença de cinco vezes entre os extremos. Os autores concluem que
“In this study it is shown that different types of green teas had widely different antioxidantactivities, ranging from 554 μmol Fe II/g in Avicen green tea to 2876 μmol Fe II/g in Ahmad green tea.”
Evidentemente, se vamos tomar chá verde devido ao seu poder antioxidante, outras coisas sendo iguais escolheremos os com mais poder antioxidante. No Irã uma escolha informada significa tomar um tipo com poder antioxidante cinco vezes mais elevado do que outro.
Quem se anima?
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ