Dados recentes mostram que idade e gênero são fatores importantes na composição numérica dos suicídios no Brasil. Uma política de prevenção na qual uma vida vale o mesmo que outra se concentraria em alguns grupos etários e mais no sexo masculino. Dados produzidos pela OMS relativos a 2005 mostram o mesmo que dados mais atualizados, sublinhando que a composição dos suicídios é um fenômeno estável.
Os dados mostram um "pulo" no número absoluto de suicídios da faixa de 14 ou menos para 15 a 24 (de menos de cem para mais de mil e quatrocentos), novo aumento, moderado, na faixa de 24 a 34 anos e uma tendência ao declínio a partir daí. Mil quatrocentas e dez mulheres se suicidaram, em contraste com 5.174 homens.
A análise de dados absolutos - o caso desta tabela - não deve ser confundida com a análise das taxas: há mais gente nas faixas mais jovens. Pouco mais de duzentas pessoas (222) se suicidaram na faixa de 75+, menos do que nas demais, mas o número de idosos também é muito menor. Por isso, pesquisa trás pesquisa mostra que a taxa de suicídio dos idosos é mais alta, particularmente entre os homens. Esses dados confirmam o sabido e conhecido: as mulheres se suicidam menos do que os homens: quase três em cada quatro suicidas são homens.
A análise simples dessa tabela permite orientar as faixas etárias e o gênero (masculino), gerando o perfil que mais poderia salvar vidas, outras coisas sendo constantes: homens jovens e maduros.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ