A terapia hormonal é a preferida pelos médicos quando há a volta do PSA sem outros sintomas - chamada de PSAR. Nos demais tipos de câncer, mais agressivos e que matam mais rapidamente, as terapias são aplicadas logo, rapidamente. Porem, o câncer de próstata cresce mais lentamente e raramente mata o paciente rapidamente. Muitos dos que tem PSAR não morrem de câncer de próstata. A terapia hormonal tem conseqüências e efeitos colaterais.
Essa pesquisa usou um database grande, do Department of Defense Center for Prostate Disease Research. 5.382 foram operados, dos quais 4.967 na era do PSA. Desses, 1.352 tiveram a desagradável experiência de ver o PSA voltar (PSA>0,2). Foram formados dois grupos:
Vários estudos demonstraram que o efeito de começar cedo a terapia hormonal não é grande, mas eles esbarram no selection bias, o viés de seleção: os médicos recomendam terapia hormonal nos casos mais avançados com muito maior freqüência do que nos casos menos avançados o que contribui para explicar a diferença na mortalidade. Morreram não porque fizeram terapia hormonal, mas porque seu câncer estava mais avançado.
Para controlar o estágio do câncer, foram usados três marcadores: o escore Gleason, o PSADT (o tempo que o PSA leva para dobrar - quanto mais tempo, melhor) e quanto tempo passou entre a prostatectomia e a volta do PSA, o PSAR. Usaram modelos univariatos e outro chamado de multivariate Cox proportional hazard.
Fazer a terapia hormonal cedo postergava a metástase clinica, mas somente em pacientes com um escore Gleason de 8 ou mais e com um PSADT (tempo para dobrar o PSA) de 12 meses ou menos.Nos demais grupos, com cânceres menos agressivos, fazer a terapia hormonal cedo ou tarde não fez diferença. Porém, com a recente descoberta de que os cânceres de próstata acabam matando mais gente depois de 15 anos do primeiro tratamento, é preciso ampliar esse estudo, acompanhando os pacientes por mais tempo.
Fonte: Moul JW, Wu H, Sun L, McLeod DG, Amling C, Donahue T, Kusuda L, Sexton W, O'Reilly K, Hernandez J, Chung A, Soderdahl D. em J Urol. 2008 May;179(5Suppl):S53-9.
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