Saúde
Resgate da história de SJB
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(Fonte: http://www.sjbonline.com.br/) |
Nem todos os habitantes de São João da Barra, no Norte Fluminense, conhecem a história do município, que começou com uma pequena vila de pescadores e durante muito tempo teve sua economia voltada para a pesca e agricultura, com a produção de mandioca, café e açúcar. Mas, se depender do professor Alcimar das Chagas Ribeiro, do Laboratório de Engenharia de Produção (LEPROD) da UENF, esta história vai passar a fazer parte do universo da população de São João da Barra, bem como dos municípios vizinhos.
Alcimar coordena o projeto de extensão Resgate e disseminação da história local: Uma estratégia para a mudança sociocultural e econômica, que tem por objetivo mostrar a história do município desde a sua criação até os dias atuais, para que os moradores possam ter referências do lugar onde moram e sejam capazes de lutar pelo seu crescimento e desenvolvimento. O projeto é desenvolvido com a ajuda de dois alunos de uma escola pública, Débora Longue e Chrisson Monteiro, e de um animador cultural, Francisco Moreira, que atuam como bolsistas Universidade Aberta.
Depois de realizarem uma ampla pesquisa para conhecer a história do município, os bolsistas vêm ministrando palestras em escolas e acabam de elaborar uma cartilha com todas as informações coletadas, que será impressa e distribuída em toda a região. Nas palestras, os estudantes mostram os primeiros povoados, a evolução e o estágio de cidade e ainda o ciclo portuário, que durou aproximadamente 150 anos.
Alcimar observa que, nessa época, a cidade de São João da Barra tinha uma importância logística muito grande, porque escoava a produção para praticamente toda a região. Agora, com a construção do Porto do Açu, espera-se que seja retomada a sua importância econômica.
— A nossa meta é resgatar a história do município, que hoje não é mostrada sequer nas escolas. Queremos mexer com as pessoas. Tenho consciência de que o projeto não vai transformar a vida dos moradores em um curto prazo, mas queremos que eles conheçam, discutam suas origens e que os jovens possam ter condições de criar políticas públicas, de lutar pela cidade para que se torne cada dia melhor — diz Alcimar, ressaltando que antes do projeto os alunos não conheciam sequer um escritor ou jornalista de São João da Barra.
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Os bolsistas do projeto ministram palestra em escola de SJB |
Os próprios integrantes do projeto, Débora e Chrisson, contam que não sabiam praticamente nada sobre o município até fazerem a pesquisa. Foi uma surpresa para eles descobrir que a cidade já teve um porto. A atividade portuária teve início em 1740, com a indústria de construção naval, que começava a se desenvolver. Seis estaleiros foram instalados entre a Vila e Atafona para começar a produzir embarcações. Pouco tempo depois, surge o porto, que passa a ser frequentado por embarcações que transportavam toda a produção do Norte-Noroeste Fluminense — açúcar, café, madeira, couro, aguardente, carne e peixe salgado, queijo, farinha de mandioca e aves — para o Mercado Nacional.
No início do ano, os estudantes fizeram uma palestra para a Capitania dos Portos. Os marinheiros tiveram a oportunidade de conhecer melhor a cidade e descobrir como tudo começou.
— Foi uma surpresa para os militares. Um choque positivo, pois desde que chegaram à região poucos tinham ouvido falar sobre o surgimento de São João da Barra — conta Alcimar.
A ideia de resgatar a história do município surgiu através de outro projeto, também coordenado pelo professor Alcimar por volta de 2003: o “Capacitar para Transformar”. O projeto tinha como meta ajudar os pescadores de São João da Barra a substituir a pesca artesanal pela piscicultura, o que daria mais lucros e reduziria o impacto ambiental.
— Mas este projeto apresentou dificuldades em função do comportamento individualista dos empreendedores, da extrema dependência das forças políticas, além do desinteresse do governo pelo projeto — explica Alcimar.
Mariane Pessanha
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