Vamos examinar apenas os homens que fizeram uma biópsia da próstata e que, naquele momento, os resultados foram negativos – negativos: não há câncer. São quinhentos pacientes. Vamos acompanhar esses homens por 14 anos, mas antes vamos separa-los de acordo com o grau de obesidade.
Nesse período, quantos desenvolveram câncer? Onze por cento.
Quantos em cada grupo? O grau de obesidade influencia a probabilidade de vir a desenvolver um câncer (ou de revelar um câncer que já estava lá)?
Essa é a pergunta feita por Andrew Rundle, professor de epidemiologia na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Rundle sabia que outros fatores influenciavam o risco de ter câncer da próstata, como cor da pele, história de câncer na família, idade, se fuma ou fumou etc. Esses fatores devem ser controlados em qualquer pesquisa. E o foram.
E aí? Qual o impacto da obesidade? A obesidade aumentou em 57% o risco de que esse câncer aparecesse e fosse diagnosticado durante os quatorze anos de acompanhamento.
É interessante notar que essa associação só vale para os canceres que surgiram nos primeiros anos e não no final do período. Ninguém sabe o porquê.
Mais uma pesquisa que demonstra que é alto o custo da obesidade! Outras pesquisas já demonstraram que a obesidade aumenta o risco de cinco cânceres: cólon, rins, esôfago, endométrio (do útero) e da mama depois da menopausa.
Leia mais: Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention de 23 de abril.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ