Soja, de novo
Saúde

Soja, de novo


Tudo começou com pesquisas epidemiológicas: a incidência de câncer de próstata é muito mais baixa em países onde o consumo de soja é alto, como China, Japão e India. Porém, muitos desses países são habitados por povos com uma genetica diferente da dos países ocidentais industriais. Seria isso, a genética? Porém, japoneses nos EUA tinham taxas que se distanciavam da japonesa na direção da americana. Dieta? Soja? Uma ampla pesquisa com 1.499 voluntários com câncer e 1130 sem câncer foi feita na Suécia e publicada em Cancer Causes and Control (Vol. 17, pp.169-180). Usaram questionário detalhado sobre os hábitos alimentares. Alguns,209 doentes e 214 do grupo-controle fizeram testes de sangue para ver quanto "phytoestrogen enterolactone" havia. Quanto mais, menor o risco de câncer. Na literatura verão a expressão "odds ratio (OR)" que é o risco comparado com a gase de 1. O quartil (os 25%)de cima, que mais consumia, tinha uma chance 26% mais baixa (OR=0,74). No grupo que fez exame de sangue, os que tinham mais enterolactona tinham um risco 70% mais baixo. Claro que esse sub-estudo é mais seguro porque não depende da memória. Mas não dá para saber se os resultados se devem apenas à soja ou a outros fatores associados com os consumidores de soja. TEM MAIS: os autores avisam para NÃO tomar altas quantidades de suplementos porque elas tem efeitos colaterais.
Uma meta-análise (análise dos dados e resultados de outras pesquisas) publicada no
International Journal of Cancer (2005, Vol. 117, pp. 667 - 669) concluiu que os homens que consomem soja de maneira regular tinham uma chance 30% menor de ter câncer de próstata.

Um resumo pode ser encontrado aqui

Não se tratava apenas de soja, mas também de amoras, morangos etc, amendoim (mas NÃO coma amendoim mofado) sementes de sunflower etc.

Nem todos concordam. Recebi, de pessoa séria, a opinião de um nutricionista brasileiro que transcrevo a seguir. Haveria problemas entre soja e tiróide:

Soja e a tireóide 15/04/2006 16:07
Para aqueles que estão apresentando problemas de tireóide, uma das
primeiras medidas úteis é cortar totalmente o uso de soja.
Infelizmente, os vegetarianos aprendem que a soja é fonte "ideal" de
proteínas, apesar do fato científico que isso não procede. Na verdade,
ninguém está livre do risco da soja: ela é utilizada em mais de 60% dos
alimentos industrializados (vide rótulos, inclusive de salsicha e peito de
peru e carne processada para hambúrgueres), seja na forma de proteína, óleo,
lecitina, etc.
A soja possui grandes quantidades dos seguintes antinutrientes:
1) Ácido fítico, que se liga a importantíssimos minerais da
alimentação, especialmente o zinco, cálcio e magnésio, impedindo sua
absorção;
2) Inibidores da tripsina (a tripsina é uma enzima importante do nosso
organismo, utilizada no processo de digestão);
3) Isoflavonas, genisteína e daidzeína, substâncias fitoquímicas que
possuem atividade antitireoideana demonstrada cientificamente. Pesquisas
mostram que as isoflavonas da soja, que se encontram "na moda" para inúmeras
"utilidades", são os mais potentes inibidores da função tireoideana,
seguidas pela daidzeína e, em terceiro lugar, a genisteína. Nenhum outro
alimento, na nossa realidade, possui mais antinutrientes que a soja!
O hipotireoidismo ou hipertireoidismo leva, com freqüência, a uma
elevação dos níveis de colesterol.
A função tireoideana pode se tornar insuficiente devido a uma
alimentação rica em carboidratos refinados (ex: açúcar, pães, farináceos) e
pobre em iodo biodisponível, vitaminas lipossolúveis e outros nutrientes.
Nessas situações, a elevação do colesterol representa uma tentativa de
adaptação e proteção por parte do organismo, que passa a oferecer, em maior
abundância, esta importante matéria-prima para a regeneração dos tecidos e
produção de hormônios esteróides protetores. Indivíduos portadores de
hipotireoidismo e hipertireoidismo são mais sucetíveis a infecções, doenças
cardíacas e câncer.





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