Algumas pessoas exercitam mais os braços e não dão tanta atenção para as pernas. Já outras fazem exatamente o contrário. Isso acontece geralmente por conta de alguns desejos estéticos que diferenciam homens e mulheres.
As mulheres normalmente querem mais coxas e bumbum enquanto os homens mais braços, peito e costas, enfim, membros superiores. A preocupação que essa situação vai com certeza gerar um desequilíbrio que poderá trazer alguns danos no futuro.
Isso ocorre porque nas nossas atividades cotidianas, como trabalhar, estudar, dirigir, caminhar, praticar algum esporte, ir ao banheiro, etc. Existe a solicitação do corpo como um todo, pois todos os músculos tem suas funções e por isso precisam ser desenvolvidos. Então, para imaginar os prejuízos basta apenas pensar que em algum momento o músculo que você precisa para realizar tal atividade pode não estar preparado para atender suas necessidades e isso poderá gerar um tombo, uma lesão, um desequilíbrio, uma dor e por ai vai.
Normalmente os adolescentes e jovens adultos não se preocupam muito com isso, mas quando passarem dos 40 anos e se aproximarem da terceira idade esse desequilíbrio certamente vai trazer algum dos problemas acima citados.
Os métodos de treinamento de força (musculação) mais tradicionais preconizam uma divisão dos grupos musculares de forma que em algum dia vai ficar justamente só o grupo que o indivíduo deseja menos trabalhar. Por exemplo: um dia só de pernas para homens e um dia só de braço para as mulheres e o que acontece é que isso gera um fator desmotivacional para muitos que acabam boicotando esse dia de treino.
Devo reforçar que isso não quer dizer que o método é errado e nem que esse tipo de trabalho desmotiva todo mundo, mas sabemos que uma boa parcela não consegue ter a mesma eficiência que nos outros dias treino.
Minha sugestão pessoal que aplico com meus alunos é fazer uma divisão no treino que possa trabalhar músculos dos membros inferiores e superiores em uma única sessão de treino, e claro, que por razões estéticas a região que mais deseja ter resultados pode ser enfatizada.
Devo lembrar também que todos os princípios do treinamento devem ser minuciosamente seguidos principalmente o da supercompensação que é o que respeita o tempo de recuperação do grupo muscular que foi trabalhado antes de fornecer a ele um novo estímulo.
O tempo médio de recuperação varia de acordo com a densidade do treino que inclui carga de treino, tempo de recuperação, volume de repetições e quantidade de séries, mas a literatura recomenda um período médio de 48 horas.
Devemos lembrar também que para mexer nessa estrutura de treino a frequência semanal do praticante deve ser considerada, pois a divisão é diferente de uma pessoa que tem uma frequência de duas, três, quatro, cinco, seis ou sete vezes por semana. Se esses fatores não forem considerados e por acaso o princípio da supercompensação não for respeitado seu resultado pode ser comprometido. Esse problema é bem comum com alunos novos nas academias, que chegam falando que vão ir cinco vezes por semana, mas na verdade acabam indo duas ou três vezes por semana.
Sugestão de divisão treino para quem treina cinco vezes na semana intercalando membros superiores e inferiores.
Segunda-feira - Treino A: tríceps, peito, ombro, adutores e abdutores, abdômen.
Terça-feira – Treino B: bíceps, costas, quadríceps, isquiotibiais, panturrilha e lombar
Quarta-feira – Treino C: foco na região do core (abdômen, oblíquos e lombar), treino cardiorrespiratório e alongamento.
Quinta-feira – Treino A: tríceps, peito, ombro, adutores, abdutores e abdômen.
Sexta-feira – Treino B: bíceps, costas, quadríceps, isquiotibiais, panturrilha e lombar.
Observação: o treino da quinta-feira e da sexta-feira tem que de alguma forma ser um pouco mais intenso seja em volume ou intensidade porque o tempo de recuperação será maior do que o treino de segunda-feira e terça-feira.
Autor: Givanildo Holanda Matias
Fonte: Minha Vida
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