Saúde
E VOCÊ, QUE ACHAVA QUE IRIA MORRER DE CÂNCER....
Um grupo do Departamento de Urologia, da Vita Salute University, em Milão, comparou as taxas de mortalidade específica, geral e de sobrevivência de pacientes de alto risco que passaram por uma prostatectomia radical, que incluiu a dissecção do nódulo linfático pélvico.
- Quais eram as características desses pacientes?
Foram 3,828 pacientes com pelo menos um de três fatores de risco: Gleason altíssimo (escore de 8 a 10), PSA >20 ng/ml, estágio clínico ≥T3.
- O que aconteceu com eles, dez anos depois?
Primeiro, 229 pacientes, ou 6%, morreram de câncer da próstata durante os dez anos. Esse dado deveria servir para acalmar muitas pessoas recém-diagnosticadas com canceres avançados. Porém, 14% morreram de outras causas. Somando e simplificando, um em quatro morreu no período de dez anos e mais de dois terços dos que morreram, foram vitimados por outras causas.
Há uma escala que mede a comorbidade – ter outras doenças e problemas, além do câncer. Se chama Charlson Comorbidity Index (CCI). Dividiram os pacientes em dois grupos, de acordo com o número de fatores de risco (os com apenas um formavam um grupo e os com mais de um formavam outro). Essa simples divisão provou ser importante na determinação de quem morreria e de quem viveria: a idade e o CCI (ver acima) foram os principais determinantes da mortalidade por outras causas, mas seu impacto na mortalidade por câncer foi pequeno.
Os pacientes mais velhos e mais doentes, com mais comorbidades, não tinham taxas muito altas de morte específica pelo câncer, em grande parte porque tinham taxas muito altas de morte por outras causas. Morriam antes do "tempo" até que o câncer deveria provocar sua morte.
- Se a sobrevivência for um objetivo dos pacientes, mesmo dos pacientes com canceres avançados, é muito importante que cuidem da saúde em geral e que cuidem de outros problemas e de outras doenças, porque o risco de morrer delas é o dobro do risco de morrer devido ao câncer.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ
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